O Tocantins confirmou nesta quinta-feira , 11 de maio de 2023,  o primeiro caso da doença febre do Nilo Ocidental em humanos. O diagnóstico foi feito em um paciente de 16 anos, morador de Caseara, na região oeste do estado. Um segundo caso suspeito está sendo investigado em uma criança de 11 anos, que tem os mesmos sintomas. Os pacientes são irmãos.
 
 
A Febre do Nilo Ocidental (FNO) é uma infecção viral causada por um arbovírus, assim como Dengue, Zika, Chikungunya e a Febre do Mayaro que cursa com uma doença febril aguda.
 
Ela recebe esse nome porque foi identificada pela primeira vez em 1937 no distrito de Nilo Ocidental, em Uganda.
 
O vírus da Febre do Nilo Ocidental é transmitido por meio da picada de mosquitos infectados, principalmente do gênero Culex (pernilongo). Os hospedeiros naturais são algumas espécies de aves silvestres, que atuam como amplificadoras do vírus e como fonte de infecção para os mosquitos.

Também pode infectar humanos, equinos, primatas e outros mamíferos. O homem e os equídeos são considerados hospedeiros acidentais e terminais, uma vez que a contaminação do vírus se dá por curto período de tempo e em níveis insuficientes para infectar mosquitos, encerrando o ciclo de transmissão.

Outras formas mais raras de transmissão já foram relatadas e incluem transfusão sanguínea, transplante de órgãos, aleitamento materno e transmissão transplacentária.

Estima-se que 20% dos indivíduos infectados pelo vírus da Febre do Nilo Ocidental desenvolvam sintomas, na maioria das vezes leves e até mesmo nem apresentem qualquer sintoma. A forma leve da doença caracteriza-se pelos seguintes sinais:
· febre aguda de início abrupto, frequentemente acompanhada de mal-estar;
· anorexia;
· náusea;
· vômito;
· dor nos olhos;
· dor de cabeça;
· dor muscular;
· exantema máculo-papular e linfoadenopatia.
O período de incubação intrínseca – tempo entre a infecção do hospedeiro e a manifestação de sinais e sintomas – nos humanos varia de 3 a 14 dias após a picada do mosquito e pode apresentar manifestação subclínica ou com sintomatologia de distintos graus de gravidade, variando desde febre passageira – acompanhada ou não de mialgia (dor muscular) – até sinais e sintomas de acometimento do sistema nervoso central com encefalite ou meningoencefalite grave.
Um em cada 150 indivíduos infectados desenvolve doença neurológica severa (meningite, encefalite ou poliomielite). A encefalite é o quadro mais comum entre as manifestações cerebrais. Em menos de 1% das pessoas infectadas, o vírus causa uma infecção neurológica grave, incluindo inflamação do cérebro (encefalite) e das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal (meningite). A Síndrome de Guillain Barré também pode se apresentar, assim como em outros tipos de infecção.
As formas mais graves ocorrem com maior frequência em indivíduos com idade superior a 50. Se não tratada corretamente, em casos raríssimos a Febre do Nilo Ocidental pode matar.
 
A transmissão por contato direto já foi demonstrada em laboratório para algumas espécies de aves, no entanto não há transmissão de pessoa para pessoa.
Não existe vacina ou tratamento antiviral específico para a Febre do Nilo Ocidental. O tratamento é sintomático para redução da febre e outros sintomas. 
Para casos leves, analgésicos podem ajudar a aliviar dores de cabeça leves e dores musculares. 

 
Não existem formas efetivas de se prevenir a Febre do Nilo Ocidental, exceto evitar a presença de insetos nas áreas onde vivem os seres humanos. As medidas abaixo ajudam a reduzir os riscos:
·        Evite água parada e locais sem saneamento básico.
·        Quem vive ou trabalha em área onde há mosquitos infectados está em risco de infecção pelo vírus do Nilo Ocidental (VNO). Portanto, todos os trabalhadores devem ter o cuidado de reduzir o seu potencial de exposição à infecção.
·        Trabalhadores em risco são aqueles que trabalham ao ar livre, que incluem: médicos veterinários, agrônomos, zootecnistas, biólogos, agricultores, paisagistas, jardineiros, trabalhadores da construção civil, entomologistas e outros trabalhadores de campo.
·        Coloque tela nas janelas e portas.
·        Não despeje lixo em valas, valetas, margens de córregos, rios e riachos.
·         Use inseticidas e larvicidas.
·        Use repelentes.
·        Evite manusear animais mortos quando possível.
·        Evite o contato direto. Se você deve lidar com animais mortos, usar luvas duplas de procedimento, que fornecem uma barreira protetora entre sua pele e sangue ou outros fluidos corporais.
 
 
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DRA. RENATA BERANGER
MÉDICA INFECTOLOGISTA
CRM 52.71730-4
RQE 36746