Consultas presenciais em Botafogo – Rio de Janeiro ou por telemedicina, marque sua consulta neste link: rel=”nofollow”>https://www.beranger.com.br

Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) revelam que, anualmente, são registrados 374 milhões de novos casos de ISTs curáveis no mundo. Essas infecções incluem doenças bacterianas como sífilis, gonorreia e clamídia.

Para tentar reduzir esses números, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos emitiu uma nova diretriz de prevenção de ISTs, conhecida como DoxiPEP.

Desde 2017, pesquisadores começaram a investigar se o uso de comprimidos de um antibiótico, a doxiciclina, poderia também ser uma forma de prevenção de ISTs bacterianas, assim como a PrEP com antirretrovirais é para o HIV.

O que é a DoxiPEP? Consiste na ingestão de um antibiótico até 72 horas após uma relação sexual desprotegida, considerada de risco, visando diminuir a chance de infecção por sífilis, gonorreia e clamídia.

Para quem está indicada? Até o momento, apenas para homens que fazem sexo com homens e mulheres trans.

O que temos de evidências?

Temos três estudos importantes sobre essa profilaxia pós-exposição. O primeiro foi realizado na França e mostrou uma redução de 73% nos casos de sífilis e 70% nos casos de clamídia.

Em um segundo estudo, nos EUA, o uso da doxiciclina esteve associado a uma redução ainda maior nos casos de clamídia (88%) e sífilis (87%), além de uma redução de 55% nos casos de gonorreia.

No terceiro estudo, realizado com mais de 400 mulheres cis no Quênia, onde elas foram divididas em dois grupos: um grupo recebeu DoxiPEP para tomar após relações sexuais, e o outro não. Os pesquisadores descobriram que não havia muita diferença na incidência de ISTs bacterianas entre os dois grupos. No entanto, ao investigar o nível sérico da droga nessas mulheres por meio da análise de fios de cabelo, os pesquisadores descobriram posteriormente que, apesar do relato de uso da medicação, a substância não foi encontrada no corpo delas. Ou seja, muito provavelmente, elas não aderiram ao uso da medicação.

O que ainda precisamos descobrir?

Precisamos entender se ocorrem efeitos colaterais importantes com o uso ampliado da doxiciclina. Sabemos da possibilidade de fotossensibilidade, náuseas e vômitos.

Também é necessário investigar se, a longo prazo, teremos problemas relacionados ao uso de antimicrobianos e à possibilidade de desenvolvimento de resistência.

Além disso, precisamos saber se outros grupos de pessoas também se beneficiarão do uso da DoxiPEP.

Ainda não temos essa modalidade de prevenção disponível no SUS, mas, com orientação de um médico infectologista, é possível fazer a DoxiPEP.

Siga no Instagram: @drarenataberanger

Comente, faça perguntas sobre infectologia, compartilhe!

DRA. RENATA BERANGER
MÉDICA INFECTOLOGISTA
CRM 52.71730-4
RQE 36746